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Entidades empresariais e Câmara Federal debatem os gargalos das exportações

Com o objetivo de ouvir os setores industriais e recolher subsídios para o enfrentamento de problemas relacionados ao comércio exterior, a Câmara dos Deputados realizou no Rio Grande do Sul, na sexta-feira (29), o seminário "Desenvolvimento Regional e Exportação: Perspectivas e Gargalos da Exportação de Manufaturados". O evento do legislativo federal, através da sua Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, ocorreu na Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, com a presença de várias autoridades políticas e empresariais.

De acordo com o presidente da Comissão, deputado federal João Maia, "o mercado é uma guerra que precisa ter uma estratégia de ação e uma proposta de onde se quer chegar. A essência de nossa Comissão é proporcionar geração de renda e para isso estamos ouvindo as opiniões e verificando as necessidades dos setores. Vamos compilar as propostas e negociar com o Ministério, com a presidente Dilma Rousseff, e elaborar os projetos de lei que forem necessários para nos adequarmos a cada realidade setorial", salientou Maia.

O presidente da FIERGS, Paulo Tigre, também representando a Confederação Nacional da Indústria (CNI), destacou que "a Comissão tem uma representação gaúcha muito grande, o que torna a apresentação dos problemas que enfrentamos, de todas as ordens, ser bastante conhecida e nos dá a esperança de soluções. Acreditamos no trabalho do MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)", salientou Paulo Tigre, ao expor que o Rio Grande do Sul é o segundo Estado com maior diversificação de produtos para exportação. Em seu pronunciamento, Tigre falou ainda sobre a agenda de trabalho da CNI, que tem como foco no aumento da competitividade da indústria e do País. "Essa é a condição básica para a sustentação do crescimento da economia e elevação da renda da população", afirmou.

"Precisamos modificar nossa inserção internacional, buscando combater a falta de competitividade, criando novas competências, com uma modernização tecnológica muito mais rápida da que fazemos atualmente. Nós temos oportunidades muito grandes em vários segmentos", salientou o secretário-executivo do MDIC, Ricardo Shaefer. Ele citou como promissoras as áreas de energia, pré-sal e petrolífera.

O coordenador do Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIERGS, Cezar Muller, abordou a pressão competitiva sobre os produtos manufaturados brasileiros, relacionando a valorização do real, o efeito China e as conjunturas nacional e internacional. "É preciso analisar com muita atenção as dificuldades que o setor exportador enfrenta, especialmente em função do câmbio. Vivemos numa verdadeira guerra cambial depois de 2008, ameaçando seriamente a competitividade da nossa indústria. Tratar a questão do câmbio é um assunto emergencial", destacou Müller.

Publicado sexta-feira, 29 de Abril de 2011 - 0h00