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Exportações gaúchas recuam 59,8% em outubro

As exportações do Estado somaram US$ 1,53 bilhão em outubro, representando uma retração de 59,8% ante esse mês de 2013. O resultado foi puxado pela indústria, que registrou queda de 59,6% e respondeu por 92,43% (US$ 1,42 bilhão) do total embarcado. Mesmo desconsiderando a venda de uma plataforma de petróleo e gás no valor de US$ 1,94 bilhão, realizada em igual período do ano passado, os envios gaúchos ao exterior permanecem negativos (-9,8%): pior desempenho para os meses de outubro desde 2009, auge da crise financeira mundial, e a nona redução consecutiva. “Estamos observando uma desaceleração na demanda dos principais destinos das nossas mercadorias, especialmente da Argentina e Estados Unidos. E os impulsos pontuais de outros mercados, como a Rússia e Venezuela, não têm sido suficientes para contrabalançar essa perda”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial.
Três setores tiveram as maiores influências sobre esse comportamento: Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (-42,9%), Tabaco (-17,8%) e Máquinas e Equipamentos (-17,7%). Por outro lado, houve avanços em Coque e Derivados de Petróleo (31,8%) e Couro e Calçados (4,4%).
 
O setor de Produtos Alimentícios, de maior representatividade na pauta externa do Estado, conseguiu apenas um pequeno crescimento (0,5%), apesar de ter contado com o impulso do Complexo Carne, advindo da Rússia e da Venezuela. Das 25 categorias industriais, somente sete evoluíram, enquanto 12 diminuíram e seis ficaram estáveis. As vendas externas de produtos básicos (commodities) somaram US$ 86 milhões em outubro e também tiveram forte redução (-70,1%), na comparação com o igual mês de 2013. Esse resultado foi impactado pela menor demanda da China por soja (-82,7%).
 
Em relação aos principais destinos das exportações do Rio Grande do Sul, os três principais países compradores reduziram seus pedidos. A China garantiu a liderança (US$ 176,2 milhões), embora a sua demanda tenha encolhido em 57,6%, adquirindo basicamente tabaco não-manufaturado. A segunda posição ficou com os Estados Unidos (US$ 133,2 milhões), que diminuíram em 19,2% as encomendas e receberam basicamente tabaco não-manufaturado. Na sequência veio a Argentina (US$ 122,2 milhões), mesmo tendo comprado 36,9% a menos. O país vizinho solicitou gasolina. Ainda em outubro, as importações totais recuaram 23,3% ante igual mês do ano passado, somando US$ 1,16 bilhão. Com exceção de Combustíveis e Lubrificantes, todas as categorias de uso sofreram retrações expressivas, incluindo aquelas ligadas à indústria: Bens Intermediários (-32,3%) e Bens de Capital (-7,1%). “A estagnação da economia gaúcha e o pessimismo dos empresários industriais com os próximos meses ajudam a explicar esse resultado, que significa menos investimentos para o futuro”, salientou o presidente da FIERGS.
 
Acumulado do ano – De janeiro a outubro, a queda das exportações gaúchas foi de 23,9% em comparação com os primeiros dez meses de 2013. Sem as duas operações com as plataformas de petróleo e gás no ano passado, a variação fica em -8,6%. As maiores perdas ficaram concentradas nos setores de Material de Transporte (-99,4%), Metalurgia (-36,2%), Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (-30,2%) e Tabaco (-18,8%).
 
Publicado quinta-feira, 13 de Novembro de 2014 - 16h16