Você está aqui

Exportações gaúchas recuam 59,9% em novembro

As exportações do Rio Grande do Sul retraíram 59,9% em novembro, ante o mesmo mês do ano passado, e somaram US$ 1,05 bilhão. Esse desempenho negativo foi puxado pela indústria, que registrou queda de 61,2% e respondeu por 93,2% dos embarques gaúchos (US$ 977 milhões). Descontando uma plataforma de petróleo e gás, no valor de US$ 1,21 bilhão, contabilizada como venda externa no mesmo período de 2013, ainda assim o setor industrial apresenta um forte recuo de 25,4%, o pior resultado de toda a série histórica mensal, iniciada em 1997. “Diante da gravidade desse cenário, precisamos retomar com urgência uma agenda positiva para destravar o comércio exterior, evitando que a situação piore. Não podemos mais esperar, pois esse quadro põe em risco a sobrevivência de diversas indústrias e dos empregos”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller.
 
A décima queda mensal consecutiva da indústria em 2014 ocorreu de forma disseminada entre os setores. Dos 25 pesquisados, apenas vestuário teve avanço, enquanto 16 desaceleraram e oito ficaram estáveis. Os principais recuos vieram de coque e derivados de petróleo (-76,9%), tabaco (-35,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-34,4%), produtos alimentícios (-23,1%) e produtos químicos (-21,3%). 
 
Nessa base de comparação, as vendas externas de produtos básicos (commodities) também diminuíram (-31,3%, somando US$ 57 milhões), diante da menor demanda externa por soja e arroz. O setor primário respondeu por 5,4% do total enviado ao exterior pelo Estado.
 
Em relação aos destinos das exportações do Rio Grande do Sul, os três principais países compradores reduziram seus pedidos. A Argentina garantiu a liderança (US$ 100,8 milhões), embora a sua demanda tenha encolhido em 37,5%, adquirindo basicamente polietileno. A segunda posição ficou com os Estados Unidos (US$ 80,7 milhões), que diminuíram em 24,2% as encomendas e receberam benzeno. Na sequência veio a China (US$ 61,8 milhões), com pedidos de soja, mesmo tendo comprado 46,0% a menos.
Ainda em novembro, as importações totais interromperam uma sequência de 11 baixas consecutivas e cresceram 21,9%, somando US$ 1,41 bilhão. Com exceção de Bens de Consumo, todas as categorias de uso tiveram altas, principalmente aquelas ligadas à indústria: Bens Intermediários (38,6%) e Bens de Capital (9,9%). O saldo comercial fechou negativo em US$ 360 milhões.
 
No acumulado do ano – De janeiro a novembro, ante o ao mesmo período de 2013, a queda das exportações totais chegou a 27,5%. As maiores perdas estiveram concentradas nos setores de Metalurgia (-34,2%), Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (-30,7%) e Tabaco (-20,1%).
 
Publicado segunda-feira, 15 de Dezembro de 2014 - 14h14