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Fórum Nacional da Indústria decide apoiar o PAC

Presidente da FIERGS afirma que o setor industrial será atuante

Representantes do setor privado que integram o Fórum Nacional da Indústria decidiram, nesta quinta-feira, que apoiarão o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. No entanto, os industriais ficarão vigilantes e acompanharão a gestão do programa. A decisão foi tomada durante encontro do Fórum, órgão consultivo da diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), formado por representantes das federações de indústrias e das associações nacionais setoriais. Na visão dos empresários, o PAC representa um compromisso com a agenda pró-crescimento. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ''a meta é criar um projeto de acompanhamento dos gargalos. Estamos prontos para apoiar e fazer com que as medidas do PAC sejam tomadas rapidamente''.

A FIERGS participou do Fórum Nacional da Indústria realizado em Brasília para avaliar o PAC. Conforme Tigre, o processo de elevação da taxa de investimento terá que vir necessariamente do setor privado e da expansão do investimento. ''Neste sentido, o Brasil precisa criar um ambiente mais favorável a partir da definição de marcos regulatórios e medidas de estímulo'', defendeu.

O presidente da FIERGS explicou que o setor industrial vai levar ao Governo Federal e ao Congresso Nacional posições concretas do que é prioritário. ''As áreas de energia e infra-estrutura, base do PAC, precisam receber investimentos imediatos porque impactam na economia'', afirma. Apesar das reformas estruturais não estarem contempladas no PAC, Tigre acredita que foi um passo importante a iniciativa do Governo. ''Saímos do discurso em direção à prática. A partir de agora, a discussão sobre as grandes reformas ganham espaço e um ambiente favorável para implementá-las'', avalia.

O Congresso Nacional será objeto de preocupação permanente, segundo Tigre, e o diálogo não se esgotará nas ações do PAC. ''Vamos acompanhar a implementação das medidas, principalmente porque muitas propostas legislativas afetam o desenvolvimento das atividades industriais. Precisamos levar ao Congresso aquilo que nos preocupa e o que é prioritário para que as mudanças ocorram rapidamente'', completa o industrial.

Na visão da indústria, as medidas na área fiscal visando à redução do gasto público foram tímidas. Os representantes do setor aguardavam propostas mais ousadas na área de desoneração dos investimentos, o que não se concretizou. Era esperada a ampliação da lista de bens de capital e que as plataformas de exportação tivessem o limite para efeito de fruição, benefício e incentivo reduzido de 80% para 65%, desonerando investimentos voltados às vendas externas. No entanto, as medidas ficaram limitadas aos bens relacionados com investimentos de infra-estrutura.

Publicado quinta-feira, 8 de Fevereiro de 2007 - 0h00