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FIERGS avalia programa lançado pelo Governo Federal

Paulo Tigre afirma que medidas são importantes mas dependem de gestão

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, recebeu com cautela o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) divulgado hoje ao final da manhã pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Salão Nobre do Palácio do Planalto. ''É preciso ter claro que uma coisa é a vontade de crescer, e outra, um projeto de crescimento. O Governo apresentou um programa de crescimento, que talvez não seja ainda o que gostaríamos e na velocidade desejada, e expôs uma série de medidas bem amarradas '', disse Tigre, que participou da cerimônia de lançamento do PAC, em Brasília.

O presidente da FIERGS esperava que o anúncio avançasse na questão das reformas. ''Faltou ousadia em questões estruturais como as reformas da Previdência, Tributária e Trabalhista'', observou. Afirmou ainda que as medidas relacionadas aos gastos públicos são de pequeno impacto. ''A reestruturação dos gastos públicos, juntamente com a realização das reformas, é fundamental para determinar o crescimento de longo prazo. Foi estabelecido, por exemplo, um teto para a folha salarial, o que é bom por um lado, mas cai no problema de indexar a economia'', completou.

Quanto aos projetos de infra-estrutura anunciados, não houve novidades, pois já constavam do orçamento de 2007. O presidente da FIERGS, no entanto, salientou que é preciso mais clareza em relação às regras para a realização de investimentos do setor privado. ''É claro que esses investimentos também dependerão do grau de confiança que o Governo transmitir para os investidores privados, pois é preciso ter Parcerias Público-Privadas (PPPs), marcos regulatórios bem definidos, como as questões relativas ao meio ambiente'', observou Tigre.

O presidente da FIERGS ressaltou ainda que nas medidas destinadas especificamente à Região Sul não foram abordados os temas relacionados às exportações, especialmente o retorno dos créditos a fim de dar mais competitividade aos setores que hoje estão deprimidos e que se caracterizam por alta taxa de empregabilidade.

Publicado segunda-feira, 22 de Janeiro de 2007 - 0h00