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Há risco de novo apagão em 2009

Existe aumento do risco de falta de energia em níveis muito maiores dos que os 5% normalmente aceitos pelo setor em 2009, se o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acontecer dentro do previsto pelo Governo Federal. Esta é a principal conclusão do estudo ''Cenário Elétrico 2006-2015'', elaborado pelo Grupo Temático de Energia (GTE) do Conselho de Infra-estrutura da FIERGS (Coinfra). O trabalho destaca que a situação é similar a verificada em 2001, com reflexos negativos sobre o crescimento do País, a oferta de emprego, a competitividade, os investimentos e o lucro das empresas. Outra conclusão: se o PIB brasileiro crescer menos que 3,5% este risco fica extremamente reduzido.

O coordenador do GTE, Carlos Faria, explica que as obras para o setor incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já estão em andamento, mas é necessário o monitoramento dos empreendimentos. ''É preciso que haja continuidade das obras e que não ocorra atraso'', destaca. Conforme Faria, as chuvas que ocorreram em dezembro e janeiro deixaram a situação um pouco mais confortável em relação aos próximos dois anos. ''Mas se as obras não andarem no tempo certo, teremos problemas'', conclui.

O estudo recomenda a criação de um grupo gerenciador visando definir os projetos chaves para o aumento da oferta de energia; assegurar o cumprimento dos cronogramas dos projetos definidos, como conversão das térmicas em bi-combustível; concluir os projetos do Proinfra; aumentar a oferta de gás, incluindo GNL até o início de 2009 e respectivos gasodutos; propor plano de contingenciamento em caso de não-atingimento dos projetos; e realizar a divulgação periódica da evolução do plano. Além disso, o trabalho afirma que deve ser feita ampla divulgação de incentivos para a conservação de energia e que todos os recursos setoriais sejam revertidos em obras de melhoria da infra-estrutura do setor elétrico, evitando o contingenciamento para superávit fiscal.

No caso específico do Rio Grande do Sul, se deve implementar o Plano de Eficiência Energética do RS (PEE-RS) em duas vertentes: setores público e privado, além estabelecer um programa de implantação de sistemas eletro-energéticos virtuais, por meio do levantamento de potenciais econômicos, ambientais e sociais de promoção de eficiência energética nos diferentes setores econômicos do Estado. O estudo recomenda ainda a implantação de um programa de acompanhamento de ações para minimizar os custos globais da universalização dos serviços de energia elétrica, tendo como princípio básico a energização no lugar da eletrificação. Carlos Faria afirma também que se deve atuar como agente facilitador na implantação dos projetos existentes e futuros de geração e incentivando as potencialidades energéticas do Estado.

Publicado quinta-feira, 1 de Fevereiro de 2007 - 0h00