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Presidente da FIERGS defende grupos de trabalho para CDES ser efetivo

O presidente da FIERGS, Heitor José Müller analisou as medidas divulgadas na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), realizada na quinta-feira, em Brasília. Müller e o presidente do Conselho Consultivo da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, são os dois únicos representantes radicados no Rio Grande do Sul atuando no Conselhão, composto por 92 integrantes entre empresários, sindicalistas e representantes da sociedade civil de todo o País. "Foi uma reunião produtiva. Portanto, não foi só escutar o Governo. Logicamente, o desafio será a efetividade do Conselho, que não se dá nas plenárias, mas especialmente através dos grupos de trabalho que serão formados. A meu ver, a participação no Conselhão faz parte do esforço do empresariado de se fazer ouvir, para criticar e propor mudanças de rumo que encaminhem o desenvolvimento brasileiro e que encurtem ao máximo a atual crise”, afirmou.

Sobre o anúncio da autorização para o uso do FGTS como garantia de consignado, Müller acredita que a demanda para esse volume de crédito existe e é uma oportunidade para as indústrias melhorarem sua produção e aumentarem a sua competitividade, mas advertiu para a insegurança do momento político pelo qual o Brasil está passando. “Esse imbróglio político precisa de uma solução. Não temos mais bloco monolítico de deputados, são agrupamentos, não há mais lideranças e o Congresso é uma colcha de retalhos. Só depois disso podemos pensar em reconquistar a confiança do empresariado para que ele faça investimentos, que vai gerar empregos, renda e também tributos”.

No encontro, a presidenta Dilma Rousseff apelou para a volta da CPMF. Segundo o  industrial, a medida  vai dificultar ainda mais a competitividade e a participação no mercado internacional. “Qualquer aumento de tributos vai gerar aumento no nosso custo que já é alto até para concorrer no mercado interno. O aumento do câmbio favorece as exportações mas encarece as importações. O que precisamos é exportar para mantermos as nossas empresas”, justifica. Ele comentou ainda a projeção de investimentos da indústria para 2016 e o alto índice de desemprego. “A pior coisa que pode acontecer para o empresário é ter que dispensar o funcionário, porque ele está dando o sinal de que a sua empresa não está indo bem e que ele não está sendo competente para manter os empregos”, afirmou. “Estamos no pior momento da crise, acredito que vamos ter mais dificuldades. Talvez no último trimestre deste ano comece uma recuperação”, continuou.

O presidente da FIERGS defende a união para a superação da crise política no País. “Sou contra o descumprimento do rito institucional estabelecido. Se admitirmos isto com facilidade, podemos também ver alterados alguns direitos básicos que nós temos, como direito à liberdade, à propriedade etc. Ninguém sabe ainda como vamos sair desse labirinto. Temos que reconstruir a harmonia entre os três poderes. Essa harmonia está muito arranhada”, finalizou. 

Publicado sexta-feira, 29 de Janeiro de 2016 - 16h16

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