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Valor da ergonomia vai além da Saúde e Segurança no Trabalho

O valor da ergonomia vai além daqueles destinados à saúde e segurança. Tem objetivos sociais, como o bem-estar das pessoas, e econômicos, como a performance total do sistema. Com esta afirmação o coordenador do Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social (Contrab), César Cordorniz, abriu o Workshop Temático Ergonomia − A Gestão do Negócio como Diferencial Competitivo. O evento é promovido pelo Sistema FIERGS, por meio do Sesi e Contrab, em parceria com a Fundacentro. Ele lembrou que ações em saúde e segurança no trabalho são urgentes "e configurarão o verdadeiro mecanismo para o aumento da produtividade, melhoria da qualidade de vida do trabalhador e redução de passivos trabalhistas. Acima de tudo, a indústria gaúcha vem tratando o Sistema de Gestão em SST não como custo, mas sim como um investimento".

O superintendente regional do Sesi-RS, Edison Lisboa, lembrou que entre os motivos de falta no trabalho as doenças osteomusculares ficam em segundo lugar entre os homens, com uma média de 92,9 dias por benfícios sociais concedidos, e, em primeiro, entre as mulheres, com 102,6 dias. Lisboa destacou que isto mostra como essas doenças, que podem ser prevenidas através de uma análise ergonômica, afetam a produtividade e o bem-estar do indivíduo. "Temos um objetivo nobre que é o desenvolvimento da sociedade", ressalta.

"Devemos salientar a importância de um evento como este, que demonstra a disposição dos empresários em discutir o assunto", argumentou o superintendente regional do Trabalho e Emprego no RS, Heron de Oliveira.

A ergonomia é a adaptação do posto de trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários, do meio ambiente às exigências do homem. A realização de tais objetivos, ao nível industrial, propicia uma facilidade do trabalho e um rendimento do esforço humano. Dados de 2008 do Anuário da Previdência mostram que entre as doenças do trabalho, as partes do corpo mais incidentes foram o ombro, o dorso (inclusive músculos dorsais, coluna e medula espinhal) e os membros superiores (não informado), com 18,8%, 12,3% e 9,8%, respectivamente. Conforme estudo encomentado pelo Sesi, sobre as bases de dados da Previdência Social de 2006, de autoria de Vilma Sousa Santana e Mariana Sousa Santana, entre os benefícios socias de trabalhadores da indústria, 111.468 foram causados por acidentes (33,8%), 88.198 por D-OM Doenças osteomusculares (26,4%), e 35.698 corresponderam a Doenças Mentais e Neuropsiquiátricas (10,8%).

O workshop realizado na sede da FIERGS teve um público de cerca de 180 pessoas que assistiram a debates e palestras sobre o tema.

Publicado quinta-feira, 2 de Setembro de 2010 - 0h00