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O aumento do uso de álcool e outras drogas nos últimos anos é tão significativo que representa um problema da saúde pública, não apenas para o Brasil, mas para todo o mundo. Violência, acidentes e incapacidade para o trabalho são algumas das consequências do uso de drogas, e por isso o tema merece atenção de toda a sociedade.

Desde 1987, o Escritório das Nações Unidas contras Drogas e Crime (UNODC) instituiu o dia 26 de junho como o Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, com o intuito de conscientizar a população sobre o problema que o uso de drogas representa para o mundo e de mobilizar ações de prevenção e intervenção. Em alusão à data, vamos falar sobre os principais dados relacionados ao uso de drogas e sobre a importância de promover a prevenção, especialmente no contexto de trabalho. Confira!

A situação no mundo e no Brasil

De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU (2018), estima-se que cerca de 275 milhões de pessoas no mundo usaram drogas pelo menos uma vez no ano de 2016. Comparado a 2015, esse número representa um aumento de 1 milhão de usuários, principalmente dos consumidores de opiáceos e cocaína. Desses, calcula-se que 1 a cada 9 sofre de transtornos mentais por uso de drogas.

Conforme o estudo da Carga Global de Doença (Global Burden of Disease – GBD, 2018), que calcula o risco atribuível à população para diferentes causas de morte e doenças ou incapacidades, o uso de álcool ocupa a quinta posição de risco de morte e incapacidade no Brasil. Em dez anos, ocorreu um aumento de mais de 10% desse fator de risco.

Ainda em relação à situação no Brasil, tem-se que em 2018, os afastamentos e aposentadorias por invalidez por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas somaram 34.256 casos. Esse número representa 1,6% do total de benefícios concedidos no ano e 16,4% dos benefícios por transtornos mentais e comportamentais (INSS, 2018).

Riscos psicossociais no trabalho e o uso de drogas

Não se pode determinar uma única causa para o uso de álcool e outras drogas. Sabe-se que tanto as características individuais, como os ambientes sociais contribuem, em maior ou menor grau, para a probabilidade do uso. Contexto familiar, profissional, escolar ou comunitário, condições biológicas e psicológicas interagem e colaboram para essa condição.

Assim, algumas funções ou contextos de trabalho podem contribuir para o uso de álcool e outras drogas, especialmente aqueles que oferecem riscos psicossociais. Exigências emocionais elevadas, intensificação da carga de trabalho e outras situações que submetem trabalhadores a níveis extremos de estresse são alguns exemplos. Nessas ocasiões, o trabalhador pode utilizar a substância como forma de aliviar o seu estresse ou ansiedade.

O usuário de álcool e outras drogas frequentemente apresenta sinais no seu contexto profissional, como excesso de faltas, deficiência no desempenho, queda na produtividade e problemas de relacionamento. Para as empresas, portanto, o uso de álcool e outras drogas pode causar aumento das taxas de absenteísmo, presenteísmo e acidentes de trabalho.

O que pode ser feito na sua empresa?

De acordo com dados do INSS, no período entre 2012 e 2016, 15% dos benefícios de auxílio-doença não relacionados a acidentes de trabalho são decorrentes do uso de múltiplas drogas, substâncias psicoativas, álcool e cocaína. Além disso, 2,79% de todos os benefícios de auxílio-doença relacionados a acidentes de trabalho são decorrentes de transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool, múltiplas drogas, cocaína ou outras substâncias psicoativas.

O trabalho pode ser um espaço de apoio e fortalecimento para o enfrentamento do problema. Por isso, as ações promovidas nas empresas devem auxiliar os trabalhadores usuários de drogas a reconhecer o seu comportamento e estimulá-los à mudança. Afinal, muitas vezes é no trabalho que o problema é identificado e a empresa corresponde a sua principal alternativa de ajuda.

A abordagem é uma das etapas cruciais do processo de intervenção e deve ser realizada preferencialmente por pessoas que convivam diretamente com o trabalhador usuário de drogas, pois são essas, provavelmente, que irão perceber os sinais do uso de álcool e outras drogas. Uma intervenção precoce, quando as primeiras mudanças comportamentais são percebidas, facilita o retorno da pessoa aos padrões saudáveis. A prevenção e a intervenção precoce, portanto, além de abrangerem um número maior de pessoas, tendem a ser mais eficazes.

O SESI atua há mais de 20 anos nessa temática e através do seu modelo de prevenção ao uso de drogas, busca apoiar as empresas na construção de um programa que estimula a mudança do estilo de vida e a manutenção de hábitos saudáveis dos trabalhadores. Dessa forma, incentiva a reflexão sobre o uso de álcool e outras drogas e a importância da promoção da saúde, focando na prevenção.

Já o Centro de Inovação SESI em Fatores Psicossociais aprimorou a sensibilização dos trabalhadores e líderes em relação ao reconhecimento dos fatores de risco psicossociais, com o uso de um simulador de realidade virtual. O simulador contribuiu para a vivência de situações experimentadas no cotidiano dos trabalhadores, de forma didática, visual e intuitiva. Para conhecer um pouco mais do trabalho realizado, clique aqui.

quarta-feira, 26 de Junho de 2019 - 10h10

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