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Devido à exposição a água das enchentes, a população exposta e os socorristas estão em risco aumentado de doenças infecciosas de transmissão hídrica ou ambiental, além de mordedura de animais, traumatismos diversos, contaminação de feridas por lama ou água contaminada, e doenças de transmissão respiratória por aglomeração de pessoas.   

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Gaúcha de Infectologia, as doenças relacionadas a esses riscos podem ser evitadas ou prevenidas por meio da vacinação.  

Em Nota Técnica conjunta das entidades, além das vacinas administradas rotineiramente como parte dos programas de imunização de crianças, adolescentes, gestantes, adultos e idosos, as seguintes vacinas devem ser administradas a pessoas expostas:

Quem vacinar: todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem receber a vacina influenza (gripe) e a vacina COVID-19, exceto aquelas com contraindicações para elas.   
 
Justificativa: essas vacinas são importantes para evitar surtos em abrigos e devem ser recomendadas para todos. No entanto, ambas passam a ter sua eficácia cerca de duas semanas após sua aplicação e, portanto, outros cuidados, para mitigar a transmissão desses vírus respiratórios devem ser adotadas.

Quem vacinar: todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos de idade, exceto aquelas com contraindicações para essa vacina, devem receber uma dose, exceto se registro documentado na carteira de vacinação de duas doses da vacina após o primeiro ano de vida.   
 
Justificativa: vacinas são importantes para evitar surtos em abrigos e devem ser recomendadas para todos que não estejam vacinados pelo menos com uma (1) dose. 

Quem vacinar: desde 2014, a vacina hepatite A é recomendada pelo Programa Nacional de Imunização para todas as crianças aos 12 meses de idade (até os 5 anos, se ainda não vacinadas). A vacina também é recomendada no país para controle de surtos demonstrando alta efetividade nesses cenários.  
 
Recomendação em enchentes: devido ao risco de surtos durante e após períodos de enchentes, entende-se haver um alto risco de exposição ao vírus da hepatite A no cenário atual no Rio Grande do Sul, e recomenda-se, se disponível, a vacinação para os seguintes grupos de alto risco para as complicações:  
 
a. Pacientes especiais (hepatopatas, imunossuprimidos, com doença renal crônica e homens que fazem sexo com homens) de qualquer idade sem registro da vacina hepatite A ou sem a carteira de vacinação;  
b. Adultos com idade entre 18 e 40 anos de idade sem registro da vacina hepatite A ou sem a carteira de vacinação;  
c. Gestantes.   
 
Justificativa: pessoas deslocadas por desastres e lotadas em abrigos, onde prevaleçam más condições sanitárias, ou que entram sistematicamente em contato com águas não salubres e potencialmente contaminadas pelo esgoto estão em risco aumentado para hepatite A, uma doença que se transmite, principalmente por fezes, alimentos e águas contaminadas.  

A doença apresenta incubação longa (de 15 a 40 dias), permitindo que pessoas, mesmo já infectadas pelo vírus possam ser protegidas com a primeira dose da vacina, a depender do tempo decorrido desde a exposição.  

Assim, recomenda-se a vacinação especialmente para os grupos com risco aumentado para complicações, como pacientes com comorbidades, imunodeprimidos e gestantes, além de adultos ≤ 40 anos, pois nessa faixa etária a prevalência da infecção quase sempre é superior a 90%, refletindo as condições de risco existentes na infância.

Quem vacinar: adolescentes, adultos e idosos devem receber uma dose de reforço antitetânico se não tiverem sido vacinados contra o tétano nos últimos 5 anos ou sem  carteira de vacinação.  
As vacinas dT (tétano/difteria), ou dTpa (tétano/difteria/coqueluche acelular), podem ser usadas de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunização (dTpa para gestantes a partir de 20 semanas de gestação, e dT para adolescentes, adultos e idosos).

Na falta de dT, a dTpa pode ser usada. Crianças sem a carteira de vacinação de vacina contendo o componente tetânico (Penta, DTP, DTPa ou DT), devem ser vacinadas com DTP ou DTPa.   
 
Justificativa: em situações de inundação, o contato com água e objetos contaminados pode aumentar o risco de feridas e cortes, aumentando o risco de tétano. Por isso, é importante assegurar que todos estejam com a vacinação antitetânica atualizada, especialmente se estiverem envolvidos em trabalhos de resgate, limpeza ou reconstrução.

Quem vacinar: a vacina antirrábica só deve ser usada para profilaxia pós-exposição em caso de acidente de risco para a raiva (por exemplo, após mordida de animal mamífero, inclusive cavalos e gado) ou exposição a morcego de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde.  
A prevenção pós-exposição pode incluir uma série de doses da vacina e uso de soro antirrábico heterólogo ou homólogo, a depender do tipo de acidente de risco, e deve ser instituída o mais brevemente possível.   
 
Justificativa: em caso de desastres ambientais, resgates e a convivência com animais domésticos ou não, o risco de acidentes tem maior chance de ocorrer. O uso de imunizante contra a raiva não deve ser feito de rotina, nem mesmo para aqueles envolvidos nos regastes, seu uso deve ser restrito para casos de acidentes de risco para a raiva, conforme protocolo usual para essa situação médica.

Recomendar que pessoas nessas situações de risco procurem imediatamente um serviço de saúde para avaliação.

SESI AO SEU LADO 

O SESI-RS está fomentando diferentes iniciativas que auxiliam indústrias, trabalhadores e comunidade neste momento tão desafiador.  

Para auxiliar a indústria no cuidado com a saúde do trabalhador, o SESI-RS está operacionalizando, em parceria com o governo do estado e prefeituras municipais, a vacinação gratuita contra o tétano (Vacina dT). 
As vacinas poderão ser aplicadas nas próprias indústrias ou em postos de atendimento. Basta manifestar interesse via formulário, acessando aqui Indústria - SESI ao seu lado (sesirs.org.br)

Nos cuidados junto à comunidade, SESI-RS está instalando pelo menos 80 tendas de campanha em 40 locais. Nelas uma equipe formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos e assistentes sociais realizam atendimentos voltados para a saúde da população. 

Nesses locais o SESI-RS também apoia na gestão e na reorganização dos fluxos de atendimento de saúde assistencial e saúde mental, em conjunto com as redes locais e unidades móveis para atendimento.    

Conheça outras ações que estão auxiliando na retomada das indústrias e no cuidado com as pessoas, como o cadastro para recebimento de cestas básias, atendimentos gratuitos via SOS Psicossocial e a análise preliminar de riscos que identifica e mitiga riscos no ambiente de trabalho. Acesse SESI ao seu lado (sesirs.org.br) 

quarta-feira, 12 de Junho de 2024 - 16h16

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