Você está aqui

Pensar em ações efetivas que promovam ambientes laborais mais saudáveis tem ganhado cada vez mais espaço entre as prioridades do meio empresarial. O crescimento sustentável das organizações está diretamente conectado com a saúde das pessoas – uma vez que a qualidade de vida dos trabalhadores contribui para que as empresas ganhem desenvolvimento e competitividade no mercado.

“Evitar doenças é a trilha correta que devemos percorrer, tanto pelo requisito de uma sociedade saudável para que se possa evoluir, quanto por fatores econômicos, pois sempre haverá custo menor ao prevenir comparativamente a gastos maiores na remediação de doenças já instaladas”, afirmou o presidente em exercício da FIERGS e integrante do conselho Regional do Serviço Social da Indústria do Rio Grande do Sul (Sesi-RS), Arildo Bennech Oliveira, nesta terça-feira (9/5), ao abrir o painel “O papel da indústria no cuidado com a saúde no trabalho: tendências e gestão”, realizado em almoço com representantes da indústria, durante a programação da terceira edição do Sesi Conecta Saúde.

“Estamos aqui para reforçar a importância de um olhar integral para a saúde do trabalho, para sairmos de um modelo centrado na doença para outro centrado na pessoa”, completou o superintendente regional do Sesi-RS, Juliano Colombo. Ele afirma que a saúde integral no trabalho permeia os três pilares das estratégias ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla, em inglês). “A saúde está ligada diretamente ao S, é influenciada pelo E, mas precisa cada vez estar mais na pauta do G, com ações efetivas que promovam ambientes laborais mais saudáveis e que influenciam mudanças em políticas públicas e nos modelos de saúde suplementar”, defende.

Aline Eggers, diretora de Bebidas Fruki; Fernando Torelli, CEO do Hospital do Coração; Luiz Motta, CEO da Excelsior Alimentos; e Ubiratã Rezler, diretor da Rezler Chavetas e Usinados e Presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs) participaram do painel, relatando exemplos de como os cuidados e a cultura da saúde são tratados em suas empresas.

Torelli destacou a necessidade de repensarmos o modelo do cuidado. Lembrou que, no Brasil, houve um aumento da expectativa de vida combinado com um rápido crescimento populacional. Nos últimos anos, o país passou por uma revolução sanitária, porém o modelo do cuidado não foi revisto. “A única alternativa que nós temos neste momento é fazer uma transformação do nosso modelo de cuidado para que se consiga dar mais saúde, mais promoção e prevenção”. Segundo ele, a saúde é um fator importante na formação do custo de produção, que passa a ser um diferencial competitivo. “Se não enfrentarmos do ponto de vista estratégico, vamos perder competitividade. Por isso, precisamos mudar radicalmente o modelo pelo qual nós organizamos o cuidado da saúde em nossas empresas”.

Aline Eggers relatou sobre sua experiência na Fruki e a cultura da empresa familiar voltada para o equilíbrio entre o trabalho e a qualidade de vida e de como vem atuando para manter o ambiente de trabalho saudável, que garanta segurança psicológica para as pessoas. Luiz Motta trouxe ao debate um olhar sobre o aspecto financeiro. Ele lembra que os investimentos nas estratégias ESG não trazem retorno a curto prazo, porém são fundamentais para o negócio prosperar. Ubiratã Rezler contou um pouco de sua trajetória familiar com a Rezler Chavetas e Usinados, destacando como a saúde no trabalho era vista antes e nos dias de hoje.

Palestras reforçam a importância do cuidado com as pessoas
A doutora em ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP, Carla Tieppo analisou questões de saúde mental por meio da neurociência. Segundo ela, estamos vivendo em um mundo de abundância, com a psiquê da escassez. A sociedade tem sofrido pressões comportamentais que dificultam as escolhas dos indivíduos, cada vez mais multitarefas e também mais estressados. "A saúde mental não é dada e não tem a ver com a genética. Não é uma circunstância determinada. É fruto de um conjunto de variáveis complexas que conseguimos interferir". Por isso, para ela, precisamos buscar virtudes para ter os recursos necessários para construir a nossa saúde mental.

Em seguida, Reinaldo Bulgarelli tratou sobre as estratégias de promoção da diversidade nas organizações. O médico do trabalho, Fernando Akio tratou sobre presenteísmo e os indicadores na gestão da saúde mental corporativa. O evento encerrou com a palestra de Augusto Cury, médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor. Desenvolvedor da teoria da Inteligência multifocal, que estuda o funcionamento da mente. Foi considerado o autor brasileiro mais lido da década, pela Folha de SP. Ele tratou sobre “Inteligência socioemocional para aumento da produtividade”.

A programação do Sesi Conecta Saúde segue nesta quarta (10/5), com palestras de Joel Jota, Soraia Schutel, JJ Camargo, Lucas Medeiros e Grácia Fragalá.

Publicado Terça-feira, 9 de Maio de 2023 - 17h17

Precisando de ajuda?

Por onde prefere falar conosco?

Whats

Chat