O Brasil tem cada vez menos leitores. A conclusão vem da sexta edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, uma iniciativa do Instituto Pró-Livro (IPL) divulgada em novembro do ano passado. Mais da metade dos entrevistados (53%) não leu nem mesmo parte de um livro nos três meses anteriores ao levantamento. Quando se trata de obras lidas por completo no mesmo período, o percentual é ainda menor: apenas 27%. É a primeira vez, desde o início da série histórica, que a maioria dos brasileiros não lê livros com frequência.

Com o objetivo de estimular a leitura entre os colaboradores das indústrias do Estado, o Sistema FIERGS, por meio do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), promove nesta quarta-feira (23) o Dia da Leitura Sesi-RS.  A iniciativa é realizada desde 2014 e conta com um site oficial, onde estão disponíveis cartilhas digitais com textos específicos para crianças, estudantes e trabalhadores. Nas indústrias participantes, também será entregue a versão impressa da cartilha dos trabalhadores e haverá um momento de leitura em conjunto. A rede de bibliotecas do Sesi-RS estará à disposição, com um acervo que contempla títulos da literatura nacional e estrangeira, além de obras teóricas de diversas áreas e para diferentes faixas etárias.

Para Sônia Bier, gerente de Educação do Sesi-RS, a ação tem como objetivo divulgar os benefícios do hábito de ler. “A leitura ajuda a desenvolver a imaginação e a criatividade, permitindo que, por meio dos personagens, possamos compreender e lidar melhor com situações do cotidiano”, explica. Segundo ela, os benefícios podem ser percebidos mesmo em sessões curtas. “O mais importante é criar o hábito. Ler todo dia, mesmo que por 10 ou 15 minutos, já contribui para a formação de repertório”, completa.

INICIATIVA NAS ESCOLAS SESI-RS DE ENSINO MÉDIO
Em fevereiro deste ano, duas mudanças importantes marcaram o início das aulas nas Escolas Sesi-RS de Ensino Médio: a restrição do uso de celulares pelos alunos e a implementação de 15 minutos diários dedicados à leitura por toda a comunidade escolar — incluindo estudantes, professores e demais funcionários.

Segundo Sônia, a proposta busca reduzir a influência dos estímulos das telas e fomentar a formação de leitores. “É essencial ter esse período de reflexão, que ocorre em um ritmo muito diferente dos estímulos proporcionados pelo celular. O aluno, ao observar colegas, professores e funcionários da escola envolvidos no mesmo momento de leitura, começa a perceber que esse hábito é uma construção coletiva, fundamental para o desenvolvimento humano e profissional”, conclui.